Você conhece os modelos matemáticos que estão presentes no seu cotidiano? De coisas simples, como o tamanho do calçado que você usa, às medidas caseiras das porções de alimentos que você consome, até coisas mais complexas como índices econômicos e a dose certa de um medicamento, levando em conta a sua massa corporal?

Não seria super relevante e interessante se aprendêssemos um pouco dessas coisas na escola?

Assista ao conteúdo deste post no vídeo a seguir!

Neste post vamos falar sobre a quinta competência para a Matemática no Ensino Fundamental, proposta pela BNCC:

Utilizar processos e ferramentas matemáticas, inclusive tecnologias digitais disponíveis, para modelar e resolver problemas cotidianos, sociais e de outras áreas de conhecimento, validando estratégias e resultados.

Duas coisas chamam bastante a atenção nessa competência: a ênfase dada no uso de tecnologias digitais e a resolução de problemas, inclusive de outras áreas do conhecimento.

Sobre a resolução de problemas, já falamos um pouco a respeito em capítulos anteriores, mas acho interessante reforçar que a BNCC propõe que a Matemática deixe de ser, somente, um campo do conhecimento cheio de regras e procedimentos. As técnicas e procedimentos fazem parte do que é ensinado e aprendido, obviamente, mas a conversa não pode acabar aí.

Sendo assim, para quê um estudante aprenderá equações e regra de três? Para achar o valor da incógnita e escrever o conjunto solução? Não, mesmo. Na educação básica, é necessário ir além. As técnicas e os procedimentos matemáticos devem ser ensinados como ferramentas para a resolução de problemas. Ou seja, o fim é a resolução de problemas, os quais os estudantes aprenderá a resolver nas aulas de Matemática e utilizará, com segurança, as ferramentas adequadas para isso.

Talvez alguém pense que estou chovendo no molhado, uma vez que as coisas sempre foram assim: ensinam-se as técnicas e procedimentos para resolver problemas. Entretanto, temos um novo cenário proposto pela BNCC: existe a expectativa de que os estudantes passem a formular problemas e não somente resolvam as questões propostas professores e materiais didáticos.

Mas, para o estudante formular problemas, é necessário que ele esteja atento ao seu contexto e exerça uma atitude ativa perante a aprendizagem, assim ele será capaz de se questionar: Porque os calçados têm numeração e qual é o modelo matemático envolvido? Ou: Quais são os critérios matemáticos para a classificação de uma pessoa como portadora de obesidade? Ou ainda: Como os impostos são calculados?

Esses são exemplos simples de questionamentos que podem partir dos próprios estudantes e esses questionamentos podem ser respondidos, a partir de uma boa bagagem de conteúdo matemático, adicionada a uma atitude investigativa e o encorajamento de professores motivadores. Assim, novas descobertas e conclusões podem surgir a cada momento nas aulas de Matemática.

Obviamente, nem tudo o que acontece ao nosso redor pode ser explicado com a Matemática que se estuda na educação básica, mas muita coisa pode e não é explorada, concorda? Inclusive, já falamos sobre isso em capítulos anteriores.

Sobre o uso de tecnologias digitais, é hora de parar de reclamar dos celulares e das calculadoras.

“Mas os estudantes não vão aprender a fazer as contas se usarem calculadora…”

Com muita honestidade, a resposta a esse pensamento é a seguinte: Quem disse que a calculadora só serve para fazer continhas mais rápido, aquelas que os estudantes têm preguiça de resolver? Ela pode e deve ser utilizada como uma forte aliada nas aulas de Matemática, inclusive para resolver problemas!

Não desmerecendo, de forma alguma, as técnicas e algoritmos para fazer contas, compartilho com vocês um pensamento: o mais desafiador em um exercício ou problema de Matemática não deve ser o cálculo em si, com a utilização de um algoritmo, e sim a compreensão do próprio problema, pois isso requer raciocínio refinado, reflexão e validação de hipóteses.

O cálculo, em problemas que envolvem cálculos, deve sempre ser executado após a compreensão do problema. Se não há desafio no problema, mas só nas contas que serão resolvidas a mão – segundo quem pensa que o uso da calculadora é prejudicial, talvez haja problemas com o que se chamou de problema.

Ainda falando sobre o uso de tecnologias, a internet é uma grande amiga na hora de fazer pesquisas de modelos matemáticos presentes no nosso cotidiano, muitos deles determinados nas legislações e/ou nas tabelas de cálculos de taxas e impostos. Quer melhor lugar para pesquisar esses assuntos leis do que a internet?

Bem, existem vários outros recursos tecnológicos e, com certeza essa conversa pode ser ampliada para que você dê a sua contribuição. Por isso, antes de encerrar o post quero abrir espaço para que conversemos sobre isso:

Como motivar os estudantes a formularem seus próprios problemas e, além disso, como motivá-los a pesquisar e a encontrar suas próprias respostas, validando tais respostas? E o uso de tecnologias? Tem alguma sugestão ou conhece algum caso de sucesso?

Se quiser compartilhar comigo os seus pensamentos, você pode me localizar em algum canal na internet (Site, YouTube, Instagram, Facebook ou Pinterest) ou enviar um e-mail diretamente para mim. Terei o maior prazer em trocar uma ideia. E, se quiser envolver outras pessoas na nossa conversa, utilize a #BNCCMatemática nas redes sociais.

Grande abraço e bons estudos!