Neste post vamos analisar mais um objetivo de aprendizagem e desenvolvimento proposto pela Base Nacional Comum Curricular, a BNCC, para a Educação Infantil, mais especificamente para as chamadas crianças bem pequenas, de 1 ano e 7 meses até 3 anos e 11 meses.

Objetivo EI02ET08

Registrar com números a quantidade de crianças (meninas e meninos, presentes e ausentes) e a quantidade de objetos da mesma natureza (bonecas, bolas, livros etc.).
Abordagem das experiências de aprendizagem

As crianças bem pequenas demonstram interesse e prazer em contar os objetos à sua volta quando envolvidas em brincadeiras ou em situações cotidianas da vida real. Nas suas brincadeiras de contagem, costumam usar um nome para cada número e já buscam utilizar o nome desses números em uma ordem estável, ainda que não convencional. Ao terem a oportunidade de contato com diferentes suportes nos quais encontram os números escritos, as crianças iniciam suas investigações e descobertas sobre eles. Nesse contexto, é importante que as crianças bem pequenas tenham a oportunidade de: participar de brincadeiras diversas em que possam contar ou recitar a sequência numérica; construir coleções de coisas pequenas e que lhes sejam atraentes; brincar com computador, calculadora, régua e outros suportes com números escritos; jogar jogos com números escritos ou que envolvam contagem; e ser apoiadas em seu interesse por contar e por registrar números.
Sugestões para o currículo

Ao formular objetivos de aprendizagem e desenvolvimento específicos para o currículo, é desejável detalhar noções, habilidades, atitudes e/ou especificidades locais para cada um dos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento da BNCC. Para as crianças bem pequenas, é possível construir objetivos específicos relacionados à leitura de números — por exemplo, ler números escritos ou escritos em palavras. O currículo pode considerar objetivos específicos relacionados ao registro com números, como, por exemplo, registrar números de diferentes formas, como palavras, números e gráficos. O currículo local pode, ainda, abordar atitudes a serem desenvolvidas, como, por exemplo, interessar-se por jogos nos quais se precisa contar, ler ou registrar números.

Assista ao conteúdo deste post no vídeo a seguir!

O objetivo faz parte campo de experiências:

Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.

O código do objetivo de hoje é EI02ET08 e o descritivo é:

Registrar com números a quantidade de crianças (meninas e meninos, presentes e ausentes) e a quantidade de objetos da mesma natureza (bonecas, bolas, livros etc.).

Temos aqui mais um objetivo bem matemático, não é mesmo?  Mas será que as crianças de com idade até três anos e onze meses já são capazes de registrar números e quantidades? Por que não?

É importante esclarecer que o registro não precisa ser convencional, e a criança não precisa escrever com a mãozinha dela os números. Mas ela pode reconhecê-los e fazer as devidas associações. Além disso, o registro de quantidades pode ser feito sem a utilização dos números.

Lembro de uma atividade que foi aplicada para uma classe do maternal que eu visitei um dia. 

Cada criança levou uma caixa de sapato e várias pesquisas estavam sendo feitas. Em uma delas, a pergunta era: “Em qual mês você nasceu?” E no chão estavam enfileirados os nomes dos meses do ano. Não importava se as crianças sabiam ou não ler, porque a ideia era fazer um registro de quantidades. E como isso aconteceu? Cada criança era chamada para colocar a sua caixinha no respectivo mês do nascimento. Se a criança não sabia, a professora ajudava.

E aí foram formadas pilhas de caixas que, você vai concordar comigo, é o rudimento de um gráfico de barras ou colunas. Depois que todas as crianças tinham colocado a sua caixinha, a professora começou a perguntar quantas crianças tinham nascido em cada mês. Depois, perguntou quais eram os meses com a maior e a menor quantidade de nascimentos, respectivamente. E perguntou, também, quais eram essas quantidades de nascimentos.

Em seguida, ela pediu que as crianças formassem filas na frente do mês de nascimento e reforçou, com as crianças, a ideia de correspondência, pois a quantidade de caixas tinha que ser igual à quantidade de crianças. Em seguida, as crianças foram para o registro numérico, pois elas precisavam colocar o número correspondente na frente de cada pilha, e aí a atividade passou a ter uma outra dimensão, porque muitas crianças sabiam contar, sabiam quantos elementos havia em cada pilha, mas não sabiam associar a quantidade ao símbolo numérico.

E aí foi uma oportunidade para as crianças aprenderem umas com as outras, porque a professora, percebendo essa diferença entre as crianças, escolhia um representante de cada mês, que já sabia associar o símbolo numérico à quantidade de caixas, para mostrar o símbolo aos coleguinhas.

Foi muito divertido, muito interessante e as crianças fizeram várias descobertas.

Depois, pesquisas sobre cor favorita também foram feitas, mas aí eu tive que deixar a turminha resolvendo problemas estatísticos para me dedicar a outras coisas do meu trabalho.

Eu citei essa experiência porque ela é riquíssima em possibilidades e, ao mesmo tempo, super simples de ser proporcionada às crianças.

Na hora de fazer a rodinha, as crianças podem contar quantas pessoas estão presentes e quantos estão ausentes, e fazer associações entre quantidade e o símbolo que representa aquela quantidade.

A sala de aula é rica em possibilidades para contagem de objetos e registros dessa quantidade: brinquedos de um mesmo tipo, blocos, peças, cadeiras, mesas, mochilas, pessoas… É muita coisa.

Dependendo do nível de desenvolvimento das crianças, elas também podem realizar atividades em que o registro do número é feito não somente com o símbolo matemático, mas também com palavras.

E os jogos de carta? O próprio baralho, que tem um padrão em que as cartas possuem símbolos numéricos e quantidades de elementos associados podem ser explorados como fonte de aprendizado para as crianças.

E aí, o que você achou desse objetivo de aprendizagem e desenvolvimento?

Grande abraço! Tchau!