De acordo com a BNCC, as aulas de Matemática devem ser um ambiente para o seguinte tipo de aprendizado: respeitar o modo de pensar dos colegas e aprender com eles.

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Mas vamos com calma, nada de desespero. Pensemos: como esses assuntos passarão a fazer parte das aulas de Mat

Neste capítulo vamos falar sobre a oitava e última competência específica para a Matemática no Ensino Fundamental, que é a seguinte:

Interagir com seus pares de forma cooperativa, trabalhando coletivamente no planejamento e desenvolvimento de pesquisas para responder a questionamentos e na busca de soluções para problemas, de modo a identificar aspectos consensuais ou não na discussão de uma determinada questão, respeitando o modo de pensar dos colegas e aprendendo com eles.

Essa competência, na minha opinião, é um resumo de todas as outras sobre as quais falamos até aqui s até então. Mas ela enfatiza muito o trabalho coletivo, a cooperação entre os pares e o respeito a diferentes formas de pensamento com o objetivo de aprender.

Um debate matemático pode girar em torno das diferentes formas de se chegar à solução de determinado problema, e isso abre espaço para que os estudantes aprendam uns com os outros, inclusive com o “erros”. O erro, principalmente nas aulas de Matemática, muitas vezes é um tabu. É muito comum um estudante não querer explicar seu raciocínio para os colegas, por medo de errar e assim ter a sua imagem fragilizada perante a turma. E, quanto maiores os estudantes, mais tímidos – no aspecto abordado – eles se tornam, com mais medo de expor o “erro”.

Porém, precisamos entender que, na perspectiva da resolução de problemas, o erro não é um problema. Pelo contrário, ele deve ser visto como uma “resposta intermediária”, ou “resposta em construção”. Lembro de uma colega relatando que a filha dela, de três anos, estava contando os numerais: … Dezessete, dezoito, dezenove, dez-e-dez. Concordam que é uma resposta completamente lógica e aceitável para a idade da criança? Existe um pensamento que está sendo elaborado, é importante que isso seja respeitado.

Porém, com o passar do tempo, nós, professores de Matemática, por uma série de motivos sobre os quais precisamos pensar a respeito, passamos a dar ênfase em métodos, algoritmos de resolução e damos também muita importância para a chamada resposta certa. As aulas de correção de exercícios, muitas vezes, são focadas na verbalização das respostas certas, e não no desenvolvimento do raciocínio.

E por que isso não é interessante? Às vezes, a resposta que chamamos de errada, indica apenas que o estudante precisa caminhar um pouco mais, compreender outros aspectos, ou até mesmo prestar atenção em algo que passou despercebido. Em um ambiente colaborativo, os estudantes não podem ter medo de explicar o próprio raciocínio, seja para os colegas ou  para o professor. Se houver algum erro, os colegas, ou o próprio professor, de maneira muito natural, ajudarão o estudante exatamente a partir do ponto em que houve uma compreensão incompleta ou equivocada.

Eu creio que é responsabilidade da escola criar esse ambiente colaborativo e leve, em que todo mundo aprende o tempo todo e com todo mundo. A cultura de colaboração e respeito e a capacidade de aprender com os erros deve ser desenvolvida desde cedo e preservada em todos os anos escolares. Sabemos que nenhum cenário muda da noite para o dia, mas isso não é desculpa para não fazermos nada para mudar a realidade.

Lembro de várias vezes ter observado estudantes simplesmente apagando todo o exercício feito de forma “errada”, para apenas copiar a resposta certa. Algumas vezes os professores fazem intervenções do tipo: Calma, não apaga, tente achar onde errou e aí você corrige daí pra frente. Mas será que não dá pra ir um pouco além? Em vez de dizer isso, por que não ter uma ambiente colaborativo em que a primeira preocupação não é com a resposta, mas sim a exposição do raciocínio? Isso está completamente de acordo com o que diz a BNCC.

É fato, como o professor também é estudante, e o melhor ensino é dado por meio do exemplo e da atitude, nós, professores, também precisamos estar disponíveis para aprender com os nossos erros, com os dos estudantes e também com as diferentes formas dos estudantes pensarem matematicamente.

Finalizando o post, deixo o seguinte ponto para reflexão:

Como as aulas de Matemática podem engajar mais os estudantes para que aprendam com os erros ou respostas intermediárias? Como proporcionar essa atmosfera colaborativa e de respeito, a fim de que todos aprendam o tempo todo, uns com os outros, ou seja, professores com estudantes, estudantes com estudantes, estudantes com professores e professores com professores?

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Grande abraço e bons estudos!