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Neste post a gente vai falar misturar álcool com Matemática.

Na verdade, nem precisa misturar. Eles já estão misturados.

Assista ao vídeo a seguir com o conteúdo deste post!

Por que álcool e Matemática têm a ver?

Será que é por que quando a gente estuda muito Matemática, ficamos tontos?

Ou é porque Matemática é tão difícil que dá até vontade de beber pra ver se passa logo?

Na verdade, quando se fala de álcool, é inevitável que a gente pense em quantidades.

O álcool é um elemento, uma coisa que aparece no nosso dia a dia em quantidades.

O álcool tá presente nos combustíveis, mas tá presente nas bebidas chamadas “alcoólicas” não por acaso. 

Também está presente em alguns chocolates e um monte mais de coisas. E as quantidades podem ser grandes ou pequenas.

Então vamos ver alguns elementos matemáticos que nos permitem analisar o álcool. Vamos ver alguns números do álcool, é isso.

O percentual de álcool na cerveja, é de 5%, isso significa que se você beber um litro de cerveja, estará bebendo, na mistura, 50 ml de álcool.

Já para o vinho, esse percentual sobe para 12%, podendo ir até 20%.

Isso significa que, se você beber um litro de vinho, estará ingerindo de 120 ml a 200 ml na mistura.

Agora, se a gente falar de uísque, vodka e pinga, o percentual de álcool chega a 40%.

Caramba, em um litro dessas bebidas há 400 ml de puro álcool.

Agora vamos analisar algumas outras questões.

Quanto tempo o álcool fica no corpo de uma pessoa? Quanto tempo o corpo demora para eliminar o álcool?

O corpo humano só consegue metabolizar uma quantidade fixa de álcool por hora.

Então, se você toma pouco ou muito álcool, o seu organismo cria uma espécie de funil e fala assim pra você: “Olha, por esse funil de eliminação só passa essa quantidade por hora. Não é porque você bebeu muito ou pouco que essa quantidade que seu corpo elimina por hora não vai mudar.”

E que quantidade é essa, que o nosso corpo consegue eliminar por hora?

É de, aproximadamente, 0,1 g de álcool, por quilograma, por hora.

Aproximadamente porque os efeitos do álcool no organismo dependem das particularidades de cada organismo.

Então essa é uma média geral.

Se uma pessoa ingerir 1 litro de cerveja, vai ingerir, aproximadamente, 40 g de álcool. 

Isso porque a densidade do álcool é de, aproximadamente, 0,8 g por mililitro. 

Imagine, então, uma pessoa de 80 quilos, que faça a ingestão de 1 litro de cerveja.

Ela terá ingerido, aproximadamente, 40 gramas de álcool.

Fazendo umas continhas a gente vê que o organismo dessa pessoa vai eliminar, a cada hora, aproximadamente 8 gramas.  

Então serão mais de 5 horas para eliminar todo esse álcool.

Se fosse uma latinha de cerveja, com cerca de 330 ml, seriam, aproximadamente, 1h e 40 min para o organismo eliminar o álcool.

Isso significa, teoricamente, que se uma pessoa bebe uma latinha de cerveja, ela teria que esperar, considerando uma margem de segurança, pelo menos 2 horas para pensar em pegar no volante.

Se essa mesma uma pessoa tomar uma dose de 50 ml de pinga, ela terá ingerido cerca de 16 g de álcool.

Então, serão duas horas para eliminar o álcool completamente.

Uma – dose – de – pinga.

Se você quiser fazer suas simulações aí, considerando a sua massa corporal em quilogramas e o tipo de bebida que você vai consumir com o respectivo teor alcoólico, utilize essa relação para saber qual será o tempo aproximado que o seu organismo vai levar para eliminar o álcool.

Anote: 0,1 um g de álcool por quilograma de massa corporal por hora.

É isso o que o seu corpo é capaz de eliminar.

Agora vamos falar dos efeitos do álcool no corpo de uma pessoa, considerando a quantidade de álcool que ela ingeriu.

E para isso a gente precisa saber quantos litros de sangue uma pessoa tem no corpo.

Bom, em um ser humano adulto a quantidade de sangue é de 75 ml por quilograma.

Então, no caso do adulto de 80 kg, ele tem, aproximadamente, 6 litros de sangue.

Agora, olha só os dados que eu tenho aqui:

Uma concentração de até 0,99 g de álcool por litro de sangue causa sensação de rubor facial, prejuízo de julgamento, diminuição da inibição, coordenação reduzida e euforia.

Lembra da latinha de cerveja? Ela tem 8 gramas de álcool. 

Em uma pessoa com 80 kg, que tem 6 litros de sangue, o consumo de uma latinha de cerveja faz com que a concentração de álcool no sangue já seja maior que 1 grama por litro.

Mas olha as outras informações que eu tenho aqui.

Doses entre 1 g a um 1,99 gramas de álcool por litro de sangue: aumento do prejuízo do julgamento, humor instável, diminuição da atenção, diminuição dos reflexos e incoordenação motora.

De uma a duas latinhas de cerveja causam isso.

Doses entre 2 g e 2,99 g de álcool por litro de sangue: fala arrastada, visão dupla, prejuízo de memória e da capacidade de concentração, diminuição de resposta a estímulos, vômitos.

De 2 a 3 latinhas de cerveja causam isso.

Doses entre 3 g e 3,99 g de álcool por litro de sangue: anestesia, lapsos de memória, sonolência.

De 3 a 4 latinhas de cerveja causam isso. 

E doses maiores de 4 gramas de álcool por litro de sangue: insuficiência respiratória, coma, morte.

Mais de 4 latinhas de cerveja podem causar isso.

É sabido que o corpo de uma pessoa que consome muito álcool acaba se acostumando e passa a sofrer menos os efeitos do álcool.

Então pode ser que você beba muito mais do que isso e não perceba esses efeitos.

Se bem que, se você já perdeu o juízo, não será capaz de avaliar se está bêbado ou não.

Para finalizar, eu quero falar sobre uma mistura que não é legal.

Você já deve saber do que eu estou falando: álcool e direção.

A chamada Lei Seca, atualmente, é muito rígida em relação a isso.

Antigamente, a lei previa uma tolerância de concentração de álcool no sangue.

O texto falava em uma concentração superior a 0,6 g por litro de sangue. 

E não falava somente de álcool, mas de qualquer substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica.

Não sei se você lembra, mas a ingestão de uma latinha de cerveja já é capaz de aumentar a concentração de álcool no sangue para mais de 1 grama por litro no caso de uma pessoa de 80 quilogramas. 

Mas a lei sofreu alterações e hoje em dia a tolerância é zero.

Ou seja, comeu uma trufa ou um bombom de licor, foi dirigir e foi pego em uma blitz, tem álcool no seu sangue.

A lei prevê uma margem de erro para o aparelho do bafômetro de 0,04 mg por litro, ou seja, 0,00004 g por litro.

É muito pouquinho, né? Se soprar o bafômetro depois de o bombonzinho, vai ser pego.

E quais são as penalidades para quem for pego dirigindo após ter bebido?

É uma infração gravíssima, ou seja, são 7 pontos na carteira.

É aplicada uma multa de R$ 2 934,70, valor do ano de 2019.

Além disso, o motorista tem a CNH recolhida e passa a responder a um processo administrativo que pode levar a suspensão do direito de dirigir por 12 meses.

O veículo não é rebocado, mas é retido até que um outro condutor habilitado se apresente. 

E se o motorista for flagrado novamente dirigindo embriagado dentro de um ano, receberá uma multa dobrada, de R$ 5869,40, e pode ter a CNH cassada. 

Lembra que eu falei do bombom de licor?

Pois é, pode ser que o teste do bafômetro revele a presença de álcool.

Mas, como a concentração de álcool é muito pequena, daí a 15 minutos é possível repetir o teste e, provavelmente, o bafômetro já mostrará concentração zero de álcool, livrando a pessoa da multa.

A mesma coisa pode acontecer se a pessoa escovar os dentes e utilizar enxaguante bucal que tenha álcool em sua concentração.

Mas e se a pessoa se recusar a fazer o teste do bafômetro?

De acordo com a lei, ele sofre as mesmas sanções que o motorista alcoolizado, ou seja, tem a multa caríssima de R$ 2934,60, suspensão da carteira por 12 meses e retenção do veículo até chegar alguém habilitado e que não esteja embriagado, obviamente.

Mas a lei diz que a autoridade policial pode constatar a embriaguez se houver alteração da capacidade psicomotora, ou seja, se a pessoa estiver cambaleante, sonolenta, com mau hálito, atitude confusa e desorientada, por exemplo.

Então nem precisa fazer o teste do bafômetro. 

Se a coisa estiver feia, a embriaguez vai ser detectada.

Bom, a tolerância é zero para a ingestão de álcool.

Mas a lei prevê que se o teste do bafômetro acusar uma concentração de 0,6 g por litro, além da multa e das outras sanções, o motorista é enquadrado em crime de trânsito e é levado para a delegacia, preso em flagrante.

E a pena é de detenção, de 6 meses a 3 anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor. 

Mas se não houver nenhum acidente, após ir para a delegacia o delegado pode estipular uma fiança e o motorista responde ao processo em liberdade.

Mas, se houver acidente com vítima e o motorista for pego em flagrante, ele é levado a uma delegacia e só um juiz pode estipular o valor de uma fiança, o que faz com que a liberação não seja imediata.

Se houver vítima fatal a pena pode ser de 5 a 8 anos de prisão.

E se houve vítima com lesão grave, mas não foi fatal, a punição prevista é prisão de 2 a 5 anos.

Um dado de um órgão do Ministério da Saúde mostra que, no fim de 2011, 43256 pessoas tinham morrido nas estradas brasileiras.

E, em 2017, esse número caiu para 34236 mortes, o que mostra uma redução de quase 21% no número de mortes.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, historicamente, a ingestão de álcool está entre as causas mais comuns de acidentes com morte. 

E, mesmo quando não há morte, a coisa é bem complicada, também. 

Existe um outro dado que mostra que, para cada morte, 10 pessoas ficam com sequelas permanentes.

Bem, na descrição do vídeo eu estou deixando um link para você ter acesso a todas as referências utilizadas neste vídeo.

Gente, esse assunto é muito sério, muito real, muito presente nas nossas vidas.

E tem muita matemática envolvida: proporções, conversão de unidades de medida, porcentagem, para citar alguns.

Assuntos que aparecem desde o Ensino Fundamental, lá na escola. 

Agora, por que a gente não estuda essas matérias com exemplos práticos, com situações reais?

Se você é professor ou professora, já sabe a resposta.

E, se você é estudante, leve essa pergunta para seus professores de Matemática.

Vamos lá: até quando você vai continuar dizendo que a Matemática não serve para nada?

Grande abraço e até a próxima! Tchau, tchau!