Neste post vamos falar sobre a quarta competência geral da BNCC.

Todo mundo sabe sobre a importância da comunicação. Mas além de saber comunicar bem as ideias, é importante saber fazer isso de diferentes formas, em diferentes contextos.

https://youtu.be/wv_CO46Qo3o

Vejamos o texto da competência:

Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

Muita gente pensa que o bom comunicador é aquela pessoa que fala bem. Tem gente que é capaz de arrebatar uma plateia com um discurso bem feito e alicerçado em boas técnicas de oratória e persuasão, não é mesmo? 

Sim, falar bem, de forma eloquente e desinibida é uma habilidade interessante e a gente não pode negar que as pessoas que possuem que possuem essa capacidade são muito valorizadas e têm muitas oportunidades, uma vez que vivemos em um mundo que valoriza muito os bons oradores.

Porém, a habilidade de falar bem é uma habilidade dentro de um conjunto de outras. Há pessoas que são mais quietas e tímidas e preferem se expressar por meio da escrita, por exemplo.

Os surdos, ou aqueles que querem se comunicar com pessoas surdas, precisam fazer uso de uma linguagem mais visual, corporal e motora. 

Os artistas plásticos não precisam abrir a boca para falar por meio de suas obras.

Muitos músicos não são bons oradores, mas quando abrem a boca para cantar ou tocar um instrumento… Não há quem não fique impressionado!

Existe ainda a linguagem digital, extremamente utilizada na comunicação, que se mistura com os outros tipos de linguagem, mas que funciona de uma forma diferente nesse meio.

Você sabia que a Matemática é uma linguagem? E, como toda linguagem, possui sua estrutura, suas regras, seus métodos e seu mecanismo próprio de funcionamento para comunicar ideias.

As ciências como um todo também possuem seu próprio tipo de linguagem.

E toda linguagem é, também, um instrumento de comunicação. Linguagem e comunicação são duas coisas que não podem ser separadas, uma não existe sem a outra.

Por isso mesmo, o que a BNCC propõe por meio dessa competência, é que o estudante da Educação Básica tenha acesso a diferentes tipos de linguagens para que possa se expressar, compartilhar informações e experiências, ideias e sentimentos, produzindo assim sentidos que levem ao entendimento mútuo.

E, obviamente, cada contexto pede um tipo específico de linguagem para que a comunicação ocorra de forma satisfatória. 

E, para que essa competência seja bem desenvolvida pelos estudantes nas três etapas da Educação Básica, eles precisarão utilizar melhor a língua materna, as línguas estrangeiras, a Libras – Língua Brasileira de Sinais (explicitamente citada na BNCC) – e o Braille, o sistema de escrita utilizado por pessoas cegas ou com baixa visão.

Mas não podemos nos esquecer da formação artística e da científica. 

Todos os conhecimentos, dos diferentes campos, são desenvolvidos por meio de linguagens específicas, e para que possamos ter acesso a eles é necessário compreender tais linguagens. 

Ou seja, para aprender ciências, por exemplo, é necessário compreender a linguagem específica subjacente. Para aprender Matemática, há que se aprender a linguagem desse campo do conhecimento. O mesmo vale para as artes e as línguas.

Sendo assim, é preciso que entendamos, de uma vez por todas, que pessoas diferentes se comunicam de formas diferentes. À escola cabe o papel de valorizar os diferentes tipos de linguagens, que, como vimos, se relacionam com diferentes mecanismos de comunicação. Assim, o estudante se aproximará de todas e, por meio do autoconhecimento, será capaz de se ver mais conectado a uma ou a várias.

E evidenciar os diferentes tipos de linguagem não significa minimizar a importância daquelas que, tradicionalmente e, por questões óbvias, ocupam mais tempo  dentro da escola, como as ciências, as línguas e a matemática. 

A ideia é conferir a todas o mesmo grau de relevância, reconhecendo, obviamente, os contextos em que devem ser utilizadas.

Grande abraço e bons estudos!